quinta-feira, 10 de abril de 2014

Polícia Federal indicia ex-ministro por lavagem de dinheiro

O ex-ministro das Comunicações e atual candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. A PF confirmou na quarta-feira à noite o indiciamento de Veiga, que prestou depoimento em Brasília como parte de um inquérito que apura o repasse de recursos da SMPB, de Marcos Valério Fernandes de Souza. O depoimento foi colhido no fim de março. 
Embora o inquérito ainda não tenha sido concluído, o relatório final será encaminhado ao Ministério Público Federal, que decidirá se abre ou não processo contra Veiga.
O ex-ministro admitiu ter recebido 300.000 reais da agência de publicidade de Marcos Valério em 2003, mas disse que o valor se referia ao pagamento por serviços de advocacia. Porém, não apresentou comprovação dos serviços.
Aberta em 2013, a investigação da PF contra o ex-ministro é um desdobramento da denúncia oferecida em 2007 pela Procuradoria-Geral da República com base no inquérito do valerioduto mineiro. O novo procedimento apura outros repasses da agência de Valério, que cumpre prisão após ser condenado no julgamento do mensalão.
O MPF apontou desvio de verbas públicas do Estado para abastecer a campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. Naquela eleição, Azeredo foi derrotado por Itamar Franco.
No inquérito, a PF confirma que o tucano recebeu em sua conta depósitos da SMPB, totalizando os 300.000 reais denominados como "pagamento de obrigação". De acordo com a PF, o ex-ministro declarou os recursos no Imposto de Renda em 2005 e não em 2014, o ano seguinte ao recebimento.
Em 2005, conforme a investigação, Pimenta apresentou uma declaração retificadora, constando os repasses da SMPB após a CPMI dos Correios identificar um contrato de empréstimo de152.000 reais contraído pelo ex-ministro no Banco BMG de Belo Horizonte, no qual figuravam como avalistas Marcos Valério e sua ex-mulher Renilda Santiago.
"A declaração foi feita deste modo porque foi feita. O importante é que os impostos foram pagos. Se eu pudesse voltar no tempo teria feito a mesma coisa", afirmou Veiga. "A Polícia Federal está me cobrando provas de um processo que já foi esclarecido. O ônus da prova é de quem acusa."
'Motivação política' - Por meio de nota, Veiga também destacou que prestou os serviços de advocacia à SMPB quando não tinha mais atuação política e voltou a dizer que está sendo vítima de uma ação "político-eleitoral" dos adversários.
"É lamentável que, justamente quando me transformo em pré-candidato, sem que haja nenhum fato novo, dados que já são há muito de conhecimento público sejam artificialmente relembrados, numa clara demonstração da motivação político-eleitoral de meus adversários." 


(Com Estadão Conteúdo) 

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