domingo, 31 de março de 2013

INTRANQUILO

INTRANQUILO

Ele saiu de casa naquele tarde completamente intranquilo, estando seu cérebro em chamas. Repetia para si: “hoje eu mato alguém, hoje eu mato alguém.” Deixou o automóvel na garagem e seguiu caminhando em direção à cidade. Na cabeça usava um boné branco e na mão direita um revólver calibre 38 carregado com cinco projéteis. No caminho cumprimentou bodes e galinhas. Duas centenas de metros antes da cidade empacou. Sentou-se numa pedra empoeirada e ficou por alguns minutos pensativos, até mesmo sem cuspir. Então deu um grito pavoroso que acordou os japoneses que já dormiam, esbugalhou os olhos e atirou na própria cabeça. Em casa sua mulher sentiu o coração palpitar quando viu os comprimidos do marido doente jogados no lixo.

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