quarta-feira, 14 de maio de 2014

BLOG DO CASTIEL-Trio catarinense iludiu-se com regional e é mais uma vítima da polarização semelhante ao que ocorre no futebol europeu há muito tempo

O futebol tem seu componente irracional, aquele que produz a famosa “zebra”, algo praticamente inexistente no basquete, no vôlei, no hóquei, no futebol americano, no atletismo, nas lutas.
Ou seja, um time que tem menos qualidade até pode superar outro com mais qualidade. Mas é de vez em quando. Nos pontos corridos, este componente pouco serve. Funciona numa Copa do Brasil, por exemplo, quando você usa o regulamento, o fator local etc. Mesmo assim, já funciou mais nesta competição.
Pois bem, o Brasil em seu campeonato nacional fugia ao estereótipo europeu porque tinha muito equilíbrio (e ainda tem). Mas a equivalência de forças começa a ruir diante da diferença de capacidade financeira abismal entre “grandes” e médios-pequenos.
Alguém consegue ser campeão na Inglaterra senão City, United, Chelsea, Liverpool e Arsenal? Muito difícil. Na Alemanha? Bayern, Bayer, Borussia, Schalke e para por aí. Quando muito um Hamburgo ou Stuttgart, e olhe lá. Espanha? Atlético de Madri, Real, Barcelona e um que outro entre Sevilla, Villareal, Valencia.
É assim porque o dinheiro faz diferença.
Aqui no Brasil estamos indo para este caminho. Com uma diferença: a ilusão dos estaduais. Por causa deles muito time grande se arrebenta; muito time médio-pequeno se ilude.
Sabemos, não é preciso ser gênio, que nosso futebol local tem baixíssimo nível técnico. Basta ver os campeonatos europeus, qualquer um com um mínimo de coerência não gastará seus tostões para ver o que lhes é apresentado nos palcos brasileiros.
Se é muito claro isso por parte de times grandes, imagine dos pequenos-médios! A tendência, portanto, é menos grana entrando assim que a novidade do acesso passa.
É um círculo vicioso que só tende a piorar, aumentando a distância entre capacidades.
A solução? A curto prazo não há. Não adianta arroubos de torcedores desesperados (as vezes violentos), esta passionalidade só tumultua mais as coisas.
A médio prazo, pós-Copa, o mercado deve se acomodar e o Brasil cair na real. Aí, eu sugeriria tornar mais enxuto ainda o Nacional, 16 ou 18 clubes.
Fazer do Estadual apenas um torneio classificatório para Série D, com os já classificados para séries do Nacional entrando numa reta final, cumprindo apenas alguns jogos decisivos nos regionais.
E, obviamente, quem for mais profissional entre os pequenos-médios poderá ter mais estabilidade e quem for menos profissional entre os grandes terá quedas maiores do que as que já temo visto.
Esta não é uma realidade que agrade aos pequenos-médios, porque não ter formulismo. A emoção fica para as copas. Mas é o melhor caminho.
Com a Copa no Brasil a situação ainda não ficou clara, e se vencermos o Mundial será terrível. Pois o “melhor futebol do mundo” tardará mais ainda a encontrar um caminho racional.

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