quinta-feira, 17 de abril de 2014

História de horror: empresário de trajetória marcante estaria sendo mantido em cárcere privado, sob sedação com remédios pesados, na própria casa

Ricardo Setti


Maksoud em foto com a atual mulher, Georgina: no meio da acirrada disputa familiar, um patrimônio de meio bilhão de dólares (Foto: reprodução Facebook)
Maksoud em foto com a atual mulher, Georgina: no meio da acirrada disputa familiar, um patrimônio de meio bilhão de dólares (Foto: reprodução Facebook)
A reportagem abaixo, do jornalista Claudio Julio Tognolli, versa sobre o drama que protagoniza o empresário Henry Maksoud, figura marcante da vida brasileira entre os anos 60 e 90.
Com sua empresa de engenharia e projetos, Hidroservice, Maksoud foi um dos pioneiros em projetar obras de grande porte no exterior, depois de, no Brasil, a companhia ter sido responsável por obras como os aeroportos Tom Jobim/Galeão (moderníssimo, na época) e Eduardo Gomes, de Manaus.
A Hidroservice chegou a ser a empresa com maior número de profissionais com PhD no Hemisfério Sul. Obcecado pelo tema, Maksoud começou a criticar o excesso de estatização no país — e defender a privatização — em pleno regime militar ultra-estatista.
Para isso, comprou em 1974 uma prestigiosa revista quinzenal, a hoje extinta Visão, e dela fez plataforma de suas ideias. Não se importava em perder dinheiro com a publicação, que acabou vendendo no começo dos anos 90, da mesma forma como comprou do próprio bolso horário na Rede Bandeirantes de TV para manter um programa, Henry Maksoud e Você, para defender o que pensava.
Exigente, temperamental, apaixonado por tudo o que fazia, Maksoud entrou em incontáveis polêmicas. Perfeccionista, quando resolveu ter um hotel, construiu um com o próprio nome — o Maksoud Plaza, em São Paulo –, que manteve durante bom tempo a categoria de melhor do Brasil e apresentava, em seu clube noturno, estrelas internacionais de grande categoria — Frank Sinatra incluído.
Leiam a reportagem, publicada no blog do jornalista Claudio Tognolli:
A GUERRA DA CUTÍCULA
O Ministério Público de São Paulo investiga, sob segredo de justiça, denúncia de que o empresário e engenheiro Henry Maksoud, 85 anos, é mantido dopado e em cárcere privado, em seu próprio lar – uma mansão num terreno de 17 mil metros quadrados, na Chácara Flora, na zona sul de São Paulo.
O caso corre, trancado a sete chaves, na promotoria agregada à Vara de Família do bairro de Santo Amaro, zona sul de São Paulo.
Quem alimenta as denúncias são funcionários e ex-funcionários do Hotel Maksoud Plaza, inaugurado em 1º de dezembro de 1979.
Roberto Félix Maksoud, o filho mais velho de Henry, comandou o hotel até 1996, quando se desligou dos negócios da família.
Foi sob a batuta de Roberto Félix que o hotel hospedou personalidades como Frank Sinatra, Sammy Davis Jr., Ricky Martin, Catherine Deneuve, a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, Paul McCartney e a dupla Page e Plant, do Led Zeppelin.
Coube inclusive a Sinatra inaugurar, com um show, o bar do hotel, em 1981.
Funcionários e ex-funcionários do hotel Maksoud, ouvidos pelo Yahoo!, relatam que o filho Roberto Maksoud, que mora na Flórida há muitos anos, voltou a São Paulo, há dois meses, tamanha a preocupação com o estado de saúde de Henry Maksoud.
Divorciado em 2003 de Ilde Maksoud*, Henry Maksoud vive com uma ex-manicure do hotel, Georgina Célia Bizerra Maksoud, 61 anos.
Funcionários do hotel atestam que Henry Maksoud sofre de câncer no pulmão, demência vascular, graves problemas cardíacos, diabetes – e não dispõe mais da chamada memória curta (o que o impede de registrar informações geradas num simples diálogo).
Tais problemas o levaram a internações hospitalares em 1º de julho de 2012, 10 de outubro de 2013 e 19 de dezembro de 2013.
O Ministério Público informa que investiga “minuciosamente” denúncias de funcionários dando conta de que Maksoud é mantido em estado de catatonia pela ingestão de “doses cavalares” do medicamento Rivotril — que, associado à curta memória do empresário, faria dele um autômato.
Funcionários garantem que a família Maksoud está em estado de guerra.

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