quinta-feira, 17 de abril de 2014

Ela publicou fotos nua para protestar contra a opressão às mulheres no islamismo. Vejam como está hoje a vida da blogueira egípcia Aliaa Elmahdy

Ricardo Setti


Vivendo na Suécia, Aliaa divulgou em seu blog foto em que beija o namorado “não árabe e não muçulmano” para provocar vizinhos imigrantes que reprovam o relacionamento
Lembram-se da blogueira egípcia que causou alvoroço entre os conservadores de seu país ao publicar fotos em que aparecia nua como forma de protestar contra a discriminação às mulheres em países islâmicos?
Mais de dois anos depois de ter atraído atenções mundo afora, Aliaa Magda Elmahdy, 22 anos, ex-estudante de Artes da Universidade Americana do Cairo, ainda é perseguida por extremistas do Islã. Na época, ela foi criticada duramente pelos radicais, ameaçada de morte e sua imagem se tornou um dos símbolos da revolução que derrubou uma ditadura de quase 30 anos no Egito.
A publicação da foto esquentou a discussão sobre liberdade de expressão dentro do islamismo. Aliaa passou a infância e a adolescência sendo controlada com rigidez ditatorial pelos pais, que a trancavam em casa para que ela não saísse, temendo acima de tudo que ela perdesse a virgindade. Diante disso, a blogueira conta que parou de acreditar em Deus aos treze anos.
Exilada na Suécia desde março de 2012, Aliaa anda pelas ruas com medo de ser encontrada por seus críticos. Ela evita olhar as pessoas nos olhos e passa a maior parte de seu tempo em um apartamento. O medo, no entanto, não parece controlar sua vida ou sua paixão pela causa.
Mulheres de dois países muçulmanos (Tunísia e Irã) protestam frente à Pirâmide do Louvre, em Paris. A foto foi divulgada por Aliaa em seu blog (Foto: femen.org)
Mulheres de dois países muçulmanos (Tunísia e Irã) protestam em frente à Pirâmide do Louvre, em Paris. A imagem foi divulgada por Aliaa em seu blog (Foto: femen.org)
Aliaa se juntou ao Femen, grupo feminista fundado por uma militante ucraniana conhecido por seus protestos repletos de nudez. Em uma manifestação, as ativistas queimaram uma bandeira com um símbolo muçulmano, ao que Elmahdy disse que não respeita religiões misóginas.
Ela divulgou uma série de imagens de um protesto do Femen em Paris, nas quais aparecem mulheres tunisianas e iranianas exigindo liberdade contra a Sharia (a lei islâmica). Aliaa ainda luta por sua causa original, mas adotou várias outras ao longo do tempo. Hoje, ela defende desde a liberdade de expressão até os direitos dos homossexuais.

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